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21.4.12

Estão a chover sorrisos.

(não me quero abrigar)




I have suffered shipwreck against your dark brown eyes
I have run aground against your broken down smiles

27.1.12

"
Hesitar sempre foi um projecto de vida para alguns. Ser capaz de continuar a hesitar até ao fim, eis o difícil.(...) e a sabedoria é isto: no momento da partida excitante e rápida pára-se para apertar os atacadores. Hesita-se por falta de equipamento para a decisão. Não estou equipado para a prática desportiva da decisão. Eis, pois, que digo simpaticamente: ganhe você, por favor.(...) Quando vir qualquer coisa que me excite, devo virar-lhe as costas; quando me estiver a entediar, é aí que eu fico. O meu nome só deve ser conhecido pelo moribundo.
"

Matteo perdeu o emprego, Gonçalo M. Tavares

4.2.11

the Sixth

é, gostava de ter escrito alguma coisa. mas há datas que falam por si. hoje vou ser livre pra comer o meu prego em prato.

18.10.10

Diálogo



-
Ainda há magia no ar?
Não, já nada puxa as folhas ao chão do Outono, já nada filtra a luz do Sol Nascente, já nada abre os ovos aos girinos no pântano.
-
Por aqui caem as nuvens, sobre ti e sobre mim. Um dia matar-te-ão como a mim já o fizeram, um dia chorar-te-ão como a mim tão poucos o fazem.
-
Já perdi a conta aos sabores que conheço e já não distingo os agradáveis dos odores. Pelo tacto já passou tanto que já pouca ou nenhuma diferença faz. A chuva vem consolar-me, esfregar-se em meu ombro, apagar o rubor das bochechas: vem tentar o que o Sol não consegue e o Vento nem tenta, mas vem desmaterializar-se a cada instante em que creio e julgo finalmente tê-la.
-
Magia no ar? Há, há sim. Empurrarei cada folha, pintarei de Outono cada estrada, darei um nome a cada sapo que fizer nascer. A ti continuará a chover-te em cima. Sou eu, eu a estar contigo, húmidos como deveríamos estar, chafurdando em parvoíces. Eu vou-te diluir o sal das lágrimas e lavar a mente da dor da sinapse.



Labuta diária, peso nas mãos, vento na cara, tufão à frente. Tempestade, árvores, folhas, nuvens, gatos vadios a bufar para o ar. E eu sinto a água na cara, vejo-a a voar para mim, sinto o seu cheiro de berço novo, acolho-a na minha pele! À minha volta o fim do mundo parece real, mas chovem-se-me os lábios numa gargalhada aos elementos e corro como um puto pra saltar na poça mais próxima.

Rir-te-ei como ninguém o faz.

15.10.10

Pensei

hoje pensei (provavelmente já o pensaram antes, provavelmente imensos, provavelmente estou a plagiar, mas fodam-se os outros que hoje fui eu que pensei).

e pensei que:

é fodido que para que as coisas más acabem

o cosmos nos cobre alto

e as coisas boas também tenham que acabar.

Básico. e Vil.

e não pensei mais o dia inteiro.
mas aconteceram coisas boas. medo?

6.10.10

(deep deep wishes)


I wish I had a pizza and a bottle of wine

11.9.10

oh crap

Vida? A vida é esquisita. A minha é, pelo menos.






You would look a little better
Don't you know
If you just wore less make-up
But it's hard to realise
When you're sky high
Fighting off the spaceships

And so you're drinking in your room
To make it all go
It didn't end too soon
You've got the next one
You're holding on too long
You've got to let go
Your other love is gone
And you know

It's too late
It's too late
You've got another one coming
And it's going to be the same


I tried to find a quiet place that we could go
To help you make decisions
But I didn't find it easy to tell them apart
With double vision

And so you're drinking in your room
To make it all go
It didn't end too soon
You've got the next one
You're holding on too long
You've got to let go
Your other love is gone
And you know

It's not the same
It's not the same
It's not the same
You're going to tell me that I'm right
You're going to come back down
And find yourself
Where you are again

You didn't know
You didn't know
You didn't know
So don't pretend you saw it now
It's not something you'd want to happen
Now you know who you are again



Por isso vou-me deixando andar, ouço cantarolares de vidas desfeitas à medida que cantarolo a minha própria. E espero que as notas futuras sejam menos melodiosas, se isso significar que têm letras mais sentidas.

19.7.10

Horóscopo da Semana

"O Carro marca uma conjuntura de progressos que, contudo, implicarão muito esforço. (...) No plano material, não fique de braços cruzados à espera que as coisas aconteçam."


Detesto quando me parece que o Horóscopo tem razão.

26.5.10

O Sonho do Cabeceta

isto acaba de sair de uma noite de estudo imensamente disperso. ainda não decidi se lhe vou dar futuro ou fim


Ah, homem, nó cego de cristal com medo de se riscar.
Ah, estátua de marfim com medo de se rasgar.
Ah, vinho de Midas com medo de evaporar.
Ah, medo, perdão, homem...

Um cavaleiro sem cabeça cavalga um cavalo sem patas. Ninguém, repito, ninguém vive sem cabeça. Quanto a cavalos não sei, este cavalga sem patas.
Mas a Morte não passou pelo cavaleiro sem cabeça; na verdade, evita-o a todo o custo nas suas viagens rotineiras, evita cruzar-se com ele, evita a sua visão longínqua e o seu odor a viscoso. Quanto ao cavaleiro, esse, está riscado, nos bordos do pescoço pálido de marfim, rasgados por alguns centos de fábulas; notam-se crostas de sangue nojento e coagulado onde se acumularam poeiras dos séculos passados num nomadismo em nada boémio. Por dentro, salta à vista o cheiro nauseabundo da carne esverdeada do seu pescoço muscularmente decepado. A sua montada estropiada mostra uma pelagem salpicada por manchas, minto, crostas de sangue e imundície vertidas pelo tão querido e literalmente desmiolado amo.

Ah, mas que faz este cabeceta riscando as páginas deste caderno?

Habita meus pesadelos colado a mim, em meus sonhos fazendo-se notar apenas ao longe. O sem-cabeça, sem a qual não se pode viver, garantiram-me!, continua a aparecer onde antes eu via uma casa, onde estava um limoeiro, onde em tempos esteve um amigo. Surte nos figurantes do meu subconsciente um pânico irreal, induzindo-lhes instantaneamente a queda maçãnica da gravidade, um tombo que os verte nos degraus superiores da existência. Isola-me, sem cenários nem iluminações no único local onde não sei entrar nem sair, evapora qualquer guião, e empurra-me para o chão. O sem-cabeça e seu potro amareloso atropelam-me, pisoteiam-me, cospem-me e babam-me e despenteiam-me. Dá cabo de mim, que grande desafio que esse é. Faz-me chorar sonhos arquivados de quando os coleccionava como cromos. Vai cantando, como não sei. Cânticos de um guerreiro sem rumo e sem preço, um tão longo que se esfumou e outro tão elevado quanto uma cabeça o pode ser. Brinca ao berlinde como o miúdo que é, miúdo em tamanho grande, berlindes em tamanho grande. Berlindes? Cabeças. De inimigos quedos, vítimas inocentes, eu sei lá, e ele não deve saber também. Volta-se de lado mas sei que me olha. Reúno todas as forças do meu corpo, do meu sonho, para suster aquele olhar sem olhos, e não fujo, até porque não há cenário neste sono, ele atmosferizou tudo, e tudo caiou de preto, um preto tão preto que nem preto é: é morte, cor de morte. Mas a Morte não cavalga junto do cavalo tetraperneta. Não, não é morte este sonho. Este sonho é a sua ausência, sua negação. Ausência de sonho, tortura da mente. É a cor do fundo, do chão, do céu, das nuvens, se as houver. O cabeceta atira para mim um dos seus macabros berlindes, que apanho, ficando a fitar uma nuca no meu regaço. Viro-a. Acordo num grito seco. Não há olhos fitando os meus. Há um momento atrás havia, há um momento atrás fitava meu próprio esgar de decepado.

25-05-2010

10.3.10

anda-me na cabeça, o raio da música

25.1.10

vêm e vão tempos em que me sinto como aquela nuvem solitária num por-do-Sol preguiçoso.

e depois outra nuvem dá a mão à primeira e ficam a tapar o Sol até ele se deitar.

é bom saber que nem as nuvens se deixam sozinhas mesmo quando todo o céu se está a esvaziar

9.1.10

On the surface simplicity
Swirling back lilies totally ripe
But the darkest pit in me
It's pagan poetry
Swirling back lilies totally ripe
Pagan poetry

Björk - Pagan Poetry





Ando com saudades de pic-nics académicos, de me rir de tudo e todos, e de dormir com hirudoid na perna. Tudo faz tanto sentido quando tripartido...



22.12.09

Dinosaurs!

E neste Natal, entre exames e prendas, a melhor maneira de descomprimir um bocado é...DINOSAURS! Série adorada na infância [quem diria], ando agora a redescobri-la. Engraçado ver que como em tantas outras séries, filmes pra chabalada, ou afins, se fazem críticas bastante adultas. E para quem for um Dino-freak como este caro blogger (que é como quem diz...ninguém), tentem adivinhar as espécies!





http://www.youtube.com/user/dinosaursTVshow




"- And I am the Mighty Megalosaurus! The King of the Dinosaurs! The Thunder Lizard! And if the Thunder Lizard wants a 90'' television set, he's gonna get a 90'' television set so what do you have to say about that?

- The Tyrannosaurus is King of the Dinosaurs.

- That's debatable.

- No, it's not. I dated one in high school."


E já agora, um Bom Natal e Feliz Ano Novo.

14.12.09

Look up


Through the trees to feel as small as you can


You hear the clocks


Counting down


The nights are longer now than ever before


But now you see


The lights from the town
Editors - Escape the Nest


18.10.09

(1h late)

Vejo-te às escondidas,
em gotas de orvalho ou pingos de suor,
numa lágrima solitária escorregando lentamente até se perder para sempre.

Adivinho-te os olhares cúmplices com que me bronzeias os dias,
as múltiplas teias que nos uniriam tecidas por aranhas que não me assustam.

Consigo sentir-te na minha carne, na terra que piso, no vento que beijo.

Consigo lembrar-me do teu perfume, do roçar áspero da minha mão na tua, e do sabor a jornal de castanhas de rua partilhadas no Inverno, enrolados num só cachecol.



[Depois Acordo]

26.6.09

Ennui

A cinza sabe-me a solidão. Empoleirado na varanda, pasmo, absorvido pelos quotidianos alheios, o cheiro do dia comum já não me é estranho.

Está um dia normal, um tempo normal, com nuvens normais e sol normal a espreitar normalmente entre elas. Apesar da normalidade, sinto-me anormalmente escondido na varanda, frio como se uma daquelas nuvens normais tivesse atravessado o meu corpo. Eu contra o Mundo, normal.

O fumo tresanda a abandono. Outrora teria sido parte do dia normalmente nublado, com uma rotina normalmente arquitectada às minhas necessidades normais. Agora não, estou desajeitado, aparentemente. Quero apenas sair desta normal pasmaceira, que alguém dela me tire, que alguém venha directo à minha aorta e a encha de heroína, talvez me faça saltar. Saltar normalmente.

Nem sinto a queimadura, só um ligeiro cheiro a carne queimada. A última tentativa de, sozinho, me recriar. De, sozinho, me erguer e saltar. Não saltei, fiquei apenas a olhar para a ponta incandescente e a marca nas costas da mão. Não deu, não dá. Largo-a, ficando a olhar para a corrida até ao chão entre o fogo e a água. Nada normal.

25.6.09

SALIVA

I'm finding out that you can't mess around with saliva.



os nórdicos têm sempre razão

3.6.09

Instant Pleasure

"

I don't want somebody to love me
Just give me sex whenever I want it
'Cause all I ask for is instant pleasure
Instant pleasure, instant pleasure

You in the traffic for all eternity
How could that speed be where you want to be?
Said don't you really want instant pleasure
Instant pleasure, instant pleasure

Think that all these folks get laid?
Do it cause their pain is great?
What you thinkin' anyways?

If drinkin' coffee's your idea of really cool
You can't expect no crazy chick to notice you
Just sittin there dreamin' instant pleasure
Instant pleasure, instant pleasure
Instant pleasure, instant pleasure

If you want someone a friend to be
Guess you'll have to win the lottery
But till then repeat after me

I don't want somebody to love me
Just give me sex whenever I want it
'Cause all I ask for is instant pleasure
Instant pleasure, instant pleasure
Instant pleasure, instant pleasure
Instant pleasure, instant pleasure

I don't want somebody to love me
I don't want somebody to love me...

"

Rufus Wainwright, quem me vai acompanhando nos intervalos anatómicos de consumo de políticas europeias

20.5.09

BFL

Teu peito é o meu lar
Esconde-me aqui,
Escuda-me.
Eles querem arrancar-me cabelo, arranhar-me a cara.
Esconde-me, protege-me.

[When the fires came the smell of cinders and rain perfumed almost everything]


Arruma-me no nosso céu, azul, salpicado de ramos das árvores.
Encostadinho a uma nuvem branca
(São nómadas, as nuvens, decerto não se importam,
escondem-me de certeza)

[Just kids in the eyes of the storm]

Fita-me com esses teus olhos, e não deixes nada, nada, por dizer.

[When I run in the dark into a place that's lost]

Porque no fim,
eles não me arrancam cabelo.
Não me arranham a cara.
Nós, nós sorrimos.

Debaixo do nosso céu azul, salpicado de ramos das árvores próximas.