13.11.10
Libertação de Aung San Suu Kyi
Aung San Suu Kyi avisou: o isolamento chegou mesmo ao fim e vai comunicar com jovens de todo o mundo através do Twitter. A Nobel da Paz passou 15 dos últimos 21 anos detida e as redes sociais não faziam parte das suas rotinas porque praticamente qualquer contacto com o exterior lhe estava negado.
Sabe-se que durante este tempo acordava às quatro da manhã para rezar, às vezes durante horas, e que depois ligava os seus cinco rádios, a única ponte com o mundo. De resto, lia em birmanês e inglês livros de filosofia, biografias, romances. Melhorou o seu francês e japonês. Tocava Bach no piano. "
in Público on-line
ontem falava-se de já ter velhice ao ponto de poder dizer "há quinze anos eu fiz...". Esta senhora passou quinze presa. Credo.
24.7.10
Take That!
7.6.10
Bloggivismo
É sabido que Israel é um país casmurro, daqueles que faz o que bem lhe apetece porque o lobby judeu nos States é um factor a ter muito em conta à eleição de qualquer presidente. É sabido que tem das Forças Armadas mais avançadas do planeta, devido aquele hábito fixe de mandarem toda a gente com mais de 18 anos (por gente leia-se "Cidadão Israelita Não-Árabe") para a tropa durante 3 anos, misturado com o apoio dos já falados States, sempre gananciosos de votos. Esta hipermilitarização zionista levou-os a inúmeros conflitos com os vizinhos árabes, logo desde o 1º dia de independência, e desde aí que Israel se esforçou tanto pela paz que a lista de tópicos da Wikipedia para " Arab-Israeli conflict" é dos maiores que já vi. E eu sou um Wikifan.
Uma coisa que me chamou a atenção no Público de um destes dias foi a coragem daquela que é a primeira mulher árabe israelita eleita para o Knesset (o equivalente israelita à Assembleia da República) ia a bordo do Mavi Marmara. Dois dias depois da abordagem à frota humanitária, Haneen Zoubi dirigiu-se ao Knesset exigindo que o governo fizesse uma investigação exaustiva ao ataque, já que os soldados tinham ordens para confiscar todo o material dos jornalistas que se encontravam a bordo, e perguntando por que se opunha tanto o governo de Israel a uma investigação imparcial internacional. Vai mais longe, dizendo que "Era claro pelo número de soldados que abordaram o barco que o objectivo era não só parar a frota, mas também causar o maior número de mortes para dissuadir iniciativas semelhantes no futuro.". Claro que no Knesset não foi bem recebida. Mas isto, digo eu, passa os limites de um estado democrático:
Ya, a senhora é uma traidora, a senhora é uma terrorista e a senhora tem uma faca (esta última acusação acho deliciosa, pelo amor da santa!). Chocante mesmo é haver um grupo no facebook advogando a execução de Haneen Zoubi. No Knesset houve quem quisesse tirar-lhe a nacionalidade israelita e julgá-la por traição. No meio disto tudo, uma multa, prisão domiciliária durante uns dias e mês e meio sem poder sair do país parece pouco. Mas, mesmo assim, a MK Zoubi não deixa de dar um banho a Israel. É que mesmo assumindo a versão israelita da história (frota terrorista, ia a Gaza para fornecer material que ia ser usado para fabricar armas, os soldados foram parar a armada e foram terrivelmente atacados pelos bárbaros humanitários, e curiosamente não morreu um único soldado mas vá-se lá saber porquê morreram dez activistas, e vá-se lá saber porquê há imagens da violência contra os soldados mas nenhuma da violência contra os activistas)(eu não compro esta versão, acho que se percebe pelo sarcasmo), ao não permitirem uma investigação imparcial os israelitas estão automaticamente a colocar-se numa posição de inferioridade em que é completamente legítimo assumir que estão a fugir ao que tal investigação pudesse descobrir. Além disso (digo eu), é um tiro no pé diplomático. Obama é um presidente mais consciente, apesar de ter de lidar com um derrame que lhe dá algum espaço de manobra para se desmarcar. Mas, mesmo assim, a UE está aqui ao pé, e alguns dos barcos da frota tinham bandeira europeia (nomeadamente dois gregos, um dos quais acabou por voltar para trás creio, por problemas técnicos, e um barco operado pelo braço irlandês do Free Gaza Movement), fora uma quantidade de cidadãos da União, nomeadamente suecos, britânicos, irlandeses e alemães (deputados alemães, portanto no big deal). Uma afronta a tamanho mix-UE esfria necessariamente as relações com os 27, o drama humanitário tem repercussões nalguns países (não por cá, é um facto, que a nós passa-nos tudo ao lado, mas lá no Norte andava tudo a manifestar-se), e o grandioso tiro no pé é que as vítimas mortais são todas turcas, o que significa que a Turquia, grande lambe-botas-de-Bruxelas que também tem a sua dose de abusos humanitários, tem aqui uma oportunidade de andar em terreno comum com a União, aproximando-se um pouco mais, e afastando ainda mais Tel-Aviv, tudo isto enquanto ganha pontos no mundo Árabe, com o seu presidente Erdogan (que de vez em quando aparece nas manchetes internacionais, ora porque prometeu re-permitir a burqa, ora porque afinal não dá, ora porque está a bater em Curdos, ora porque está a fazer uma moeda esteticamente igual ao euro) a ponderar cortar todos os laços com Israel, e avisando-os em turco, inglês e hebreu, para não deixar dúvidas: "I'll say [it] again. I say in English 'you shall not kill'. Did you still not understand? So I'll say to you in your own language. I say in Hebrew 'Lo Tirtzakh' ".
Por toda a Europa multiplicam-se reacções: na Noruega, uma sondagem aponta que 43% da população apoia ou já está a praticar um boicote total a Israel; os Suecos já cancelaram um jogo de qualificação para o mundial sub-21, e a União de Trabalhadores Navais impôs um boicote às embarcações israelitas; no Reino Unido os manifestantes bloquearam a Whitehall ao protestarem em frente à Downing Street; por toda a Irlanda surgiram manifestações populares contestando o ataque, culminando no bloqueio da embaixada israelita em Dublin, que fechou as portas durante um dia. Até em Israel se protestou contra o ataque. Entretanto, os Klaxons (ainda bem que gosto deles!), os Gorillaz e os Pixies cancelaram as suas actuações num festival em Tel-Aviv como resposta à abordagem da frota humanitária. [Isto tudo e muito mais está na Wikipédia, confirmado com um bocadinho de pesquisa extra]
Agora, esperam-se desenvolvimentos. O que este bloggivista extremamente amador gostaria de ver era os israelitas humilhados, que estão a precisar. Acima de tudo, que não repitam. Gostaria que a Haneen Zoubi fosse revogada a pena, e que os israelitas deixassem de ser o inimigo número um do povo judeu (é, já não os vejo como sinónimos). E, por favor, que não matem mais activistas. Yup, sou naif, não vai acontecer.
Desde já gostaria de expressar os meus pêsames pelas vítimas do Mari Marmara e solidariedade para com todos os tripulantes da Frota de Gaza, em particular para com Haneen Zoubi.
25.2.08

4.11.07
Países Que Odeio - Sudão
O Presidente Omar al-Bashir declarou que não perimitirá qualquer missão de Paz da ONU no Sudão, denunciando-as como "forças coloniais".
As 597 tribos sudanesas dividem-se em dois grupos culturais distintos - os Africanos não-Árabes, e os Árabes, descendentes dos Nubios. A discriminação étnica e o favorecimento crítico dos Árabes sobre os Africanos levou a ínumeros conflitos no país, sendo a crise actual no Darfur um exemplo extremo da barbárie das autoridades Sudanesas:
"Tension turned to violence in February 2003, when rebels got tired of the government unjustly favoring Arabs over Africans. In response, Arab gunmen on horses and camels - janjaweed -, backed by bombers and helicopter gunships, have razed hundreds of black African villages.

Many believe that Sudan’s Arab Islamist government in Khartoum began to manipulate the region’s ethnicity in the 1980s, pushing Arab tribes westward. Some have also accused the government of purposefully keeping the Darfur region undeveloped, impoverished, and generally ignored."
No Norte do Sudão residem os descendentes da primeira civilização do mundo: a Núbia. Vivem principalmente da agricultura na margem do Nilo, apesar de serem excluídos dos direitos políticos no país. A área é rica em achados arqueológicos, apesar da extrema pobreza e sub-desenvolvimento.
No entanto, o Sudão continua a criar barragens no Nilo, independentemente dos prejuízos quer à população, quer à história do Mundo:
Assuão - Mais de 150.000 Núbios e Sudaneses forçados a abandonar as suas casas, onde os seus antepassados se sentiam em casa desde há mais de 5.000 anos, mudando-se para locais a mais de 900 km das suas casas; 45 aldeias desapareceram debaixo do Nilo a Sul de Assuão
Meroé - Ainda não completa, previa-se que entre 55 a 70 mil pessoas perdessem as suas casas, principalmente das tribos isoladas e auto-suficientes Manasir, Hamabad e Amri; a compensação oferecida pelo governo é uma fachada: terrenos arenosos e inférteis, indeminizações que não cobrem todas as perdas; os membros nómadas da tribo Manasir, dependentes da facção sedentária do seu povo para comerciar, vão perder o principal apoio económico com o desaparecimento destes.
Fartos da ignorância das autoridades Sudanesas, movimentos rebeldes Núbios organizam-se agora para sabotar as barragens do Nilo.
O Chade encontra-se em guerra com o Sudão por este apoiar rebeldes no Chade. Para além destes, o governo sudanês também apoia as Jihads Islâmicas no Egipto, Eritreia, Etiópia e Palestina, o Hamas, o Hezbollah e o Exército de Resistência do Senhor, no Uganda. O Sudão é também um dos poucos estados no mundo a reconhecer a soberania Marroquina sobre o Sahara Ocidental.
Em suma, o Sudão é um país odioso, já que atropela os direitos humanos com uma regularidade bastante superior ao que seria ideal.
29.9.07
FAMAGUSTA
"The contribution of Famagusta to the Cyprus' economic activity by 1974 far exceeded its proportional dimensions within the country (...) Whilst its population was only about 7% of the total of the country, Famagusta by 1974 accounted for over 10% of the total industrial employment and production of Cyprus (...) was characterized by a strong and balanced agricultural economy (...) which ensured a balanced population spread and economic activity (...) Painting, poetry, music and drama were finding expression in innumerable exhibitions, folk art festivals and plays enacted in the nearby-reconstructed ruins of the ancient Greek theatre of Salamis. The pursuit of human happiness in a free, just and democratic society was in 1974 the prime characteristic of Famagusta and its people..."
"The asphalt on the roads has cracked in the warm sun and along the sidewalks bushes are growing [...] Today, September 1977, the breakfast tables are still set, the laundry still hanging and the lamps still burning [...] Famagusta is a ghost-town."
"Thirty two years later. Famagusta, the city has survived the catastrophe, but stands empty today without its lawful citizens. It is a ghost town, home only to a growing number of reptiles and rapacious prey. Famagusta has become hostage to the ever changing climate, but most importantly, remains a pivotal playing card in the never ending political imbroglio of the island. Yet amidst the shell-shattered buildings, the wires and warnings, it still exudes a certain charm."
16.9.07
"...tem princípios acima de interesses..."
Hail his holiness the Dalai Lama !
5.9.07
Darfur
As many as 2.5 million are thought to have been displaced as of October 2006 . "

The Constant Gardener