Do topo do penhasco fito as ondas,
Vêm e vão.
Momentos de translucidez enquanto ecoam a sua morte contra as rochas.
São efémeras, magia líquida.
Do topo da falésia fito as ondas,
Vêm e vão.
Uma qualquer força da Natureza, invejosa da sua graciosidade, lança-as contra os rochedos, e elas, cegamente indiferentes, avançam ignorantes para o seu fim.
Do topo do penhasco fito as ondas,
Umas vêm, outras não.
São aquelas, pobres sortudas, cúmplices de assassínio, alheias a intrigas, que buscam o repouso final na areia das praias, entregando as suas pares às tenazes das divindades.
Do topo da falésia fito as ondas
Vejo-as a vir, vejo-as a ir, vejo-as a nascer, vejo-as a morrer.
E Tu não.
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